sexta-feira, 24 de maio de 2013

Infinitamente

Como tudo chegou nesse ponto? Para mim, parece que outro mundo não existe, apenas o nosso. Mas pela proximidade tão sólida de que algo mais possa acontecer, a realidade parou de vir em ondas, nem parece mais as depressões de uma montanha-russa. Mas algo infinitamente maior e mais forte: um tornado.

"se está com ele, está sozinha"

Se não há uma situação, então por que correr o risco de te fazer sofrer profundamente? Você não visualiza outro mundo, fora de nós... Então, de que adianta? Tudo isso que tem (quase) acontecido... de que adianta?

Te amo. Intensamente. Infinitamente.
Mas isso é um adeus. Só peço que seja feliz.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Dói (2)

A realidade que chega como um furacão, revirando tudo, vasculhando todos os cantos, levantando até os mais escusos detritos de outras vidas que já passaram. E mais do que nunca, tenho certeza do que sinto. E certeza de que cresce. Mas não consigo deixar de pensar no quanto tudo te faz sofrer. É duro para mim, mas é ainda mais duro para ti. Essa vontade, essa impulsividade, esse querer. Sem poder. Ah, se o mundo fosse apenas nosso...

Outras vezes te disse. Outra vez te digo.

Eu que trouxe a desordem. Eu que tirei sua vida do lugar.
Perdão... Perdão... Perdão... ... ... ... ...

Vontade. Necessidade. Desejo.
Mas eles não aceitam não como resposta.
Só aceitam você.
E agora?






Anseios

Uma cama. Preciso.
Minha dúvida é: de qual tamanho?
Ela será apenas para mim
Ou será para você também?

domingo, 17 de março de 2013

Qual a cor do amor?

Acho que essa música do Cazuza diz tudo:

"Primeiro é o beijo
Quente, procurado
A língua procurando a outra
E vendo se a boca combina
Se combina o beijo
Meio caminho andado

Depois é a pele
Se a textura vale
O pelo com pelo
Ou o pelo com o seu pelo
Ou os pelos com meu pelo
Ou o medo

Depois o cheiro
Um procura no outro
Cheiro de colônia ou
Cheiro de prazer
E os dois se embriagam
Ou vão até o banheiro

Depois a cor
O amor tem cor?
Cada amor tem uma cor
Cada beijo tem uma cor
Cor de caramelo doce
Cor de madrugada fria"

Apesar de não ter passado por isso tudo... nossa cor é vermelha. Ou laranja. Cores do perigo. Fatalidade.

sábado, 16 de março de 2013

Uma semana sem você ou simplesmente indefinível

Como é difícil não ver, não ouvir, não tocar, não cheirar. A porta que não abre. A risada que não ecoa. Meus olhos percorrem cada canto, e tudo que chegam são apenas lembranças. Do vivido e do que não se viveu. Uma breve ligação, um breve contato alivia, mas não acalma. 

O retorno tão aguardado chega, e com ele todas as amarras. Será que um dia poderei abraçar pelo tempo que a vontade deseja que dure o abraço? Será que um dia poderei beijar onde a vontade anseia que beije? Será que um dia poderei cuidar do jeito que a vontade pede que cuide? E fazer carinho, como a vontade tanto suplica que faça?

O tempo escorre pelas mãos e a vontade grita cada vez mais e mais alto pela liberdade. Será que um dia...?

Mas hoje não. Essa noite não.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Um sentido carregado de sentido

"Hay mujeres veneno, mujeres imán,
 hay mujeres consuelo, mujeres puñal,
 hay mujeres de fuego,
 hay mujeres de hielo,
 mujeres fatal.
 Mujeres fatal."

Em um dia bastante aprazível, o último dia de uma grande e querida amiga estrangeira na cidade, não consigo deixar de pensar no sentimento da perda eterna. Durante um instante - que chega tão rápido como uma descarga elétrica, e que fica remoendo dentro de nós por muito tempo - um corvo interno sussurra ao ouvido 'nunca mais'. Não, esse sentimento não veio enquanto aproveitávamos seu último dia de Rio de Janeiro, após um ano, dois carnavais, um namorado e muita história (e souvenirs) a tira-colo. Mas exatamente por não ter vindo é que lembrei das pouquíssimas vezes que ele surgiu: em um 'até depois' de um antigo amor, e em um olhar pela janela do avião. Pessoas e lugares podem entrar no vórtice do 'nunca mais', mesmo quando nossos atos e planos são de 'até logo'. Espero que esse sentimento retorne apenas em lugares ou por pessoas que não nos são importantes. Apesar de que todas as pessoas e lugares das nossas vidas nos ensinam algo. Então refaço minha frase: espero que esse sentimento retorne apenas em situações extremamente raras. Ou 'nunca mais'.

Minha querida amiga, uma poetisa e artista de profissão e de alma, que irradia felicidade e amabilidade: definitivamente é um 'até logo' físico e sentimental. O Rio é muito mais feliz com ela por aqui.

Que vá! Mas volte e logo, por favor!

"(Qucul! Qucul!)
 Hoje uma amiga
 Da Colômbia voltou
 Riu de mim porque
 Eu não 'intindi'
 Do que ela sacou 
 Aquele fumo rolou
 Dizendo que tão bom
 Eu nunca vi"

sexta-feira, 1 de março de 2013

Descerebrar



"A vida em cada curva, no limiar da dor
 Entre a vertigem de um cavalo alado
 E o óleo diesel de um cavalo-vapor"


Cansaço. Se tivesse que resumir tudo o que sinto em uma única palavra, seria essa... O que me preocupa é que esse cansaço é físico, é mental, é sentimental. E nesse momento não sei qual é o mais perigoso. Qual me afeta mais? Também não sei.

Coração. Mente. Corpo.

Tudo em vias de explosão.


"Já ouvimos esta estória
 Sabemos como acaba
 Acontece quase tudo
 Não muda quase nada
 Já vimos esse filme
 Sabemos como acaba
 Explodem quase tudo
 Não sobra quase nada"

E então vejo você. E me arrebata novamente, cada vez com mais força. Com olhares, com gestos, com carinhos, com suspiros. E com silêncios.




quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Voo solo

(...)


Vento negro, campo afora
Vai correr

Quem vai embora tem que saber
É viração

(...)


Cresci. No sentido mais puro da palavra. Ultimamente, entre trabalho e corridas para encontrar um lugar para morar, tenho notado o real significado dessas seis letras unidas. O mundo dos adultos, cheio das suas falas e modos de tratamento próprios quando você é 'qualquer um', ainda não havia me atingido de forma certeira e como um alvo único. Sempre havia alguém para dividir comigo a direção da flecha.

Ok, é chato! Meu lado infantil - que espero que nunca vá embora - fica emburrado quando o assunto é taxas para isso, seguro para aquilo, comprovante daquele outro. Mas agora começo a descobrir que o meu lado adulto é realmente adulto. Quem diria que todos aqueles anos tentando entender a vida de bancário-advogado-economista-corretor de meu pai, apenas por pura  curiosidade, me renderiam o conhecimento básico e necessário para meu verdadeiro voo solo?! Uma vida só minha, cuja altura, direção e ventos a seguir sou eu que decido. A guriazinha às vezes tem medo. Mas a adulta tem a convicção e a experiência necessárias para dar segurança à pequena.

Uma pergunta que todos me fazem: e agora, para onde você vai? A eles respondo 'lugar nenhum'. Pelo menos por enquanto. Há muitas e muitas razões que me fazem ficar. A maior e absoluta ainda não tenho, talvez, quem sabe... mas não depende de mim. Já estive em tantos lugares, experimentei tantas vidas, tantas possibilidades. Sempre soube o que queria. Mas agora, pela primeira vez, não depende tanto de mim ficar ou ir embora. Enquanto isso, aproveito esse tempo que tenho aqui, que pode ser alguns anos ou a vida inteira. E tanto a criança quanto a adulta sabem disso. E cada uma aproveita como pode, da melhor forma possível, pois ambas reconhecem que ir ou ficar significa mudanças e divisões. Amigos, conhecidos, colegas, família. Mas todos eles estão bem aqui, dentro do peito. Não importa se vou ou se fico. Guardo a todos.

(...)
Não creio em paz sem divisão
De tanto amor que eu espalhei

Em cada céu em cada chão
Minha alma lá deixei
(...)



quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Medo, coragem ou insegurança, chame do que quiser...

Você sabe o que causou em mim?

Quando nos encontramos, alguns meses haviam se passado desde meu último relacionamento. Eu estava em um momento mais do que feliz, havia desabrochado novamente para uma vida colorida e musical, sentimentos (bons) à flor da pele. Toda a tristeza e desgosto deixados pelo caminho do tempo, para nunca mais voltar.

Nunca pensei que um simples encontro não seria tão simples. Ou tão efusivo. Com sensações indescritíveis, nunca antes experimentadas. A conexão foi total, em cada ponto da personalidade de ambos. Ressonância completa. O tempo se arrasta, e mundos paralelos são criados. Uma ebulição de sentimentos, desejos e vontades, tudo ao mesmo tempo, em dois corpos que querem tanto ser um só.

Há tanto que gostaria de te dizer... tanto... mas a sensação de contenção é maior. Medo de te fazer sofrer ainda mais. Medo de te fazer ter medo. Medo dos medos que você tem. E a vontade que sinto de te dizer que tudo vai dar certo. Que podem haver algumas indefinições no início, mas que com o tempo tudo se encaixa. E que a terceira pessoa, o nós, será minha prioridade, sempre. Dona Coragem, me ajuda? Gostaria de dizer tudo o que sinto, tudo que penso, tudo que sei que será. Toda a felicidade ainda por vir. Mas... e se você se arrepender, meu querido? Tudo que posso te oferecer sou eu. Serei eu suficiente? A insegurança do não saber bate à porta. E espera.

"Neurotransmissores, mísseis na pressão
  A vida em cada curva dispara o coração
  Nada fácil cara, euforia e depressão
  Muitas pedras no caminho 
  E uma flor em cada mão"

Resolver essa situação é sinônimo de dor para alguém. E isso me consome. A escolha não é minha, então espero...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Carnaval, carnaval

Durante uma boa parte da minha vida, carnaval era sinônimo de extrapolação. Assim como para a grande maioria das pessoas. Foi durante esse período que tomei meu primeiro (e durante muitos anos, o único) porre, por exemplo. Como em qualquer festa, dançava do início ao fim. Gargalhava. Pulava. E dançava e dançava e dançava.

Nos últimos anos, perdi o carnaval. Como se não existisse, ele passou por mim. Como assim? Essa pessoa que aproveita tudo e mais um pouco? Que adora rir, e dançar, e falar alto, e gesticular? Como assim? Às vezes fazemos (ou não fazemos) pelos outros. E dessa forma, fui cedendo. É normal, certo?! Depois de ter mudado minha vida totalmente, vejo o quanto eu cedi. E o quanto ele não cedeu. O descompasso em tudo... tudo... tudo.

Meu primeiro carnaval na nova vida está ótimo! "Extravasar mode on"! Extravasar na dança, na música, nos pulos, nas gargalhadas, nos risos, na água. Sim, porque os anos me ensinaram algumas coisas importantes. Primeiro: álcool não é sinônimo de carnaval. Calor. Desgaste físico. Calor. Calor. Calor. E nada disso me dá vontade de beber. Simplesmente não rola. Segundo: ganhar beijo é ótimo, e os melhores são nas bochechas. Não é bem assim para beijar na boca, preciso de outros atrativos importantes, e isso vale também durante o carnaval. Não nego beijo para ninguém... no rosto! Terceiro: respeitar o corpo! Dormir bem, comer bem, e água!

Dancei muito, recebi muitos beijos, e beijei muito. Pulei muito, dancei demais, cantei até ficar sem voz. Bebi água demais. Caminhei muito. Saldo final: tudo muito, tudo demais! Ah, Seu Carnaval! Como você é lindo!


"Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele Pierrô
Que te abraçou
Que te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval"


(Para ouvir)  http://www.velhosamigos.com.br/sons/mascaranegra.mp3

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Começo ou Recomeço?

Inicio minhas primeiras linhas por necessidade.
Aquela necessidade do peito em expansão de expressar o que há lá dentro.
Sem poder. É, não pode. Contenção.
Suprimir as vontades, e recolher os desejos são atividades que demandam principalmente sangue frio.
E isso certamente não tenho. Eu fervilho. Eu desatino.

E quando as palavras não são suficientes para expressar tudo o que há lá dentro? Como que faz?